2.7.13

O nosso momento diário: quase 10 meses depois!

Fui eu que tomei a decisão.
E que a adiei. Por isto. Por aquilo.
E que a tomei de forma definitiva.
Mas hoje, que a coisa se efectivou, não consigo deixar de me sentir meia esquisita estranha! Falta-me "qualquer" coisa...


Quando a M. nasceu, e também porque foi de cesariana, o leite demorou a subir.
Não sou fundamentalista com nada na vida, mas da mesma forma que gostaria de ter tido um parto natural (leia-se natural: com epidural!), nunca me passou pela cabeça não dar de mamar.
Por isso, confesso que não dar logo de mamar à minha bebé foi algo que me deixou um pouco triste. Se bem que desde que a M. nasceu, a alegria na minha vida é infinitamente superior a qualquer estado temporário de tristeza.


As duas primeiras semanas foram duras. Aliás, foram para lá de duras!
Entre leite de suplemento enquanto o meu não subia, uma bebé sôfrega que também não era uma pró na pega e uma mãe com as hormonas desvairadas que sentia que não estava a conseguir dar o melhor à sua bebé... Valeu-nos a calma e a paciência do pai - obrigada mil vezes infinito, meu querido Mi., por não teres desistido - e o truque da chupeta* (que ele próprio decidiu inventar e implementar)... et voilá... tudo entrou na normalidade.


Pelo menos até aos 3 meses de vida da M., altura a partir da qual começou a ter cólicas enquanto mamava.
Horrível!
Tinha fome mas, passados segundos de começar a mamar, começava numa choradeira pegada, contorsia-se toda e ficava vermelha-quase-roxa.
Primeiro pensamento de mãe: "Já não tenho leite"
Segundo pensamento de mãe: "O meu leite já não deve estar grande coisa"
Esclarecimento da melhor pediatra (do Porto, vá!!!): "São cólicas. A imaturidade do estômago e dos intestinos pode fazer com que quando o leite cai no estômago, provoque dor e o bebé se retraia, mas ao mesmo tempo chore porque tem fome e quer comer. Tem de ter paciência, mãe. Vá parando, vá consolando a sua bebé, mas não desista!"
Foi do demo, para ser o mais sincera possível.
Imaginem-se a dar de mamar em exclusivo, ou seja, 5 vezes por dia e nessas 5 vezes este filme...
Numa palavra: D-E-S-G-A-S-T-A-N-T-E.
Dei comigo a pensar que "ah e tal, 3 meses de amamentação já não é mau. ficamos por aqui e amigas como dantes. Nada é perfeito na vida mesmo..."
Mas, mais uma vez, com muita calma e ajuda do pai: prova superada.

Pouco antes dos 5 meses, e apenas por indicação e convicção da pediatra - uma vez que a M. continuava a evoluir muito bem -, lá começávamos com a papa e 15 dias depois com a sopa...
E, aos 6 meses, a M. já comia duas refeições que não de leite materno.
Nessa altura achei que, com a diminuição da produção de leite, "a coisa" ia acabar.

Mas vieram os 7 meses, os 8 meses... E tudo na mesma!
Mas com eles veio também o aconselhamento com a pediatra. Não só porque sempre me "fez espécie" aquelas histórias de crianças que foram amamentadas até aos 2 anos e por aí fora. E não queria nada disso, até porque algo me dizia que isso não era bom para ninguém. (embora respeite, claro!)
A juntar a isso, vá... tinha vontade de me voltar a besuntar com um anti-celulítico digno do nome e de não me preocupar se já comi hidratos de carbono ou outras coisas que tais, importantes para o desenvolvimento da M.
A Drª Alice Paupério (a tal melhor pediatra - do Porto, vá!!!) disse-me que não aconselhava às mães que seguia que dessem de mamar até os seus bebés terem 1 ano. Não que essa opinião se baseasse em algo de muito científico (porque há sempre 1001 estudos a favor e outros 1001 a desfavor!), mas na experiência dela, como mãe e pediatra. Por isso, disse-me que os 9 meses seriam uma boa altura - se até lá a coisa não se desse naturalmente - para iniciar o desmame.


Contas feitas - e com intolerâncias intestinais ao peixe e à farinha de pau por um lado e férias por outro - lá decidimos que no regresso das férias iniciávamos o desmame.
E assim foi. Ontem, pela última vez, eu e a M. tivemos o nosso último momento diário.

Se em Setembro do ano passado me dissessem - sobretudo depois daquele início atribulado - que quase 10 meses depois é que isto ia acontecer, eu diria muito prontamente: "impossível!".
Mas a verdade é que nada é linear na vida. Nada mesmo!
Nem mesmo o facto de a partir de hoje já poder correr para uma farmácia e comprar 800 anticelulíticos e 400 reafirmantes e poder decidir comer 3 folhas de alface e um tomate por dia... e, até agora, nada disso me ter apetecido. Nem tão pouco nada disso ter preenchido o vazio daquele momento!

Agora resta-me encontrar no biberão o nosso novo momento diário. Único e especial!





* Já sei que existem por volta de 2 biliões de teorias que as tetinas/os biberões e as chupetas são os maiores inimigos da amamentação e blá blá blá... E até admito que sim!
Mas então cá em casa somos a excepção que confirma a regra. Porque, para além de ter começado a alimentação via biberão - com o leite de suplemento -, foi ainda na maternidade que a M.  ficou fanzoca da sua chupeta.
E, muitas das vezes, quando "a coisa" estava difícil, o Mi. punha-lhe a chupeta para ela fazer o movimento de sucção e depois tirava "de repente" para ela fazer na maminha e... resultadão, sempre!!!
Por isso, e vou repetir-me vezes sem conta: informem-se sobre as teorias, mas sigam os vossos instintos.  Vocês e os vossos companheiros ou quem vos apoiar nesta fase!




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