9.9.13

Dorme dorme, meu bebé... - #1

Salvo raras excepções (cólicas e dentes, essencialmente!), nunca nos pudémos queixar que a M. não nos deixava dormir.

(abro, no entanto e já aqui, um enorme parêntesis!
Para explicar a quem possa andar "grávido", mas distraído... que mesmo quando os bebés dormem bem, as noites, nos primeiros tempos de vida, não são iguais às noites "em antes"! Isto, claro, para aqueles que dormiam bem.
Por isso, vamos lá a ajustar expectativas. Vão ter o maior tesouro das vossas vidas, na vossa vida, mas essa... jamais será como dantes. Sono incluído!
E que mais não seja porque passamos a estar - acordados ou não! - em permanente estado de alerta!)

Mal viémos para casa - ao fim de 3 dias - a M. já fazia 4 horas de intervalo entre as refeições. E à noite não era excepção. Acho que não podíamos pedir mais!

Ahhhh! dica muito importante, para esta altura, e para os novatos como nós: se os vossos bebés usarem desde logo chupeta, de noite (especialmente!) apoiem-lhes a chupeta com uma fralda de pano enrolada para que se esta cair, fique ali "à boca de semear" e eles próprios consigam voltar a pô-la sem acordarem. A eles. E a vocês!
Connosco deu um resultadão!


Um mês depois, já dormia, 99% das vezes, 6h seguidas. Dava-lhe de mamar por volta da meia-noite e até às 6h da manhã, mais coisa menos coisa, só ouvíamos suspiros e ron-rons e outros sons fofos que tais!

Depois começámos a ficar mais exigentes. ;) E se fossem 7h? E se fossem 8h?
E a M, fofa que só ela, perto dos 3 meses lá nos foi começando a brindar com noites assim.
Lembro-me até de haver uma ou outra noite em que dormia tão bem que não tivemos coragem de a acordar e, mesmo sem o leitinho da noite, ela dormiu na mesma a noite toda.
(excepção feita para quando fomos a Lisboa passar o Natal, que dada a algazarra dos dias cheios de gente nova e a ausência de rotinas, voltámos a ter um bebé a acordar - muitas vezes! - de noite. Mas de regresso ao aconchego e rotinas no lar, tudo voltou, com paciência, à normalidade)

Mas depois reparámos num "problema". Criado por nós, claro está!
Na maioria das vezes - e porque amávamos dar-lhe colinho (e ainda amamos! ela é que já não deixa tanto, porque isto de gatinhar, subir escadas ou pôr-se de pé sem apoio é muito mais interessante) - que tentávamos pô-la na cama a dormir, sem o nosso colinho, lá vinha uma berraria de meia noite. E lá tínhamos nós que ficar ali a embalá-la no berço ou então... pegar nela ao colo.
E a coisa andou assim algum tempo, porque até era confortável para todos. Aquele colinho era óptimo, ela adormecia num instante... Família feliz!

Mas claramente que não fazia sentido nem era solução. Mas também claramente que no dia em que não fizemos isso, a M. não gostou e protestou, que é como quem diz, chorou, chorou, chorou, chorou...


A avó J., sempre atenta, lá foi desencantar um livro para ajudar os pais a ensinarem os filhotes a dormirem.
E que livro é esse?

O tão controverso Método Estivill!!!


Apesar de trazer um CD (para pais à beira de um ataque de nervos e que não dormem há meses e que, por isso, ler está fora de questão), deitei-me ao livro numa das sestas da M e devorei-o em menos de nada. Pareceu-me que fazia algum sentido e, com as devidas adaptações "a la mãe I e pai Mi" (que não incluíam toda a parafernália de objectos que o Dr. Estivill aconselha a usar no acto de deitar a criança e outras coisas que tais!), lá decidimos experimentar.
Como devem calcular, na primeira noite em que depois de uma "sessão" muitos beijinhos e miminhos, a deitámos na cama e lhe dissemos uma lengalenga parecida com a sugerida no livro e rodámos sobre os calcanhares e saímos do quarto, fomos brindados com um choro de meia-noite.
Bem mandados, passado 1 minuto já lá estávamos de novo com mais lengalengas (mas sem nunca lhe tocar ou pegar nela ao colo). Passados 2 mins idem aspas e assim sucessivamente, aumentando sempre o tempo que passava a cada visita ao quarto, até que, "por milagre", a M adormeceu.
Mas o verdadeiro milagre deu-se na terceira noite (sendo que a segunda já tinha tido bem menos tempo de choro!): Beijinhos e miminhos e... deitamo-la na cama, lengalenga, viemos embora e... silêncio! E mais silêncio. E silêncio até ao dia seguinte. Aliás, 8h de silêncio e paz, sem despertares nocturnos, sequer.
E depois 9h e depois 10h e depois 11h e, algumas vezes, 12h!...


(...)




NOTA:
A propósito da controvérsia à volta do Método Estivill, aproveito para esclarecer que em momento nenhum abandonámos a M a um choro compulsivo e demasiado longo. Respeitámos os intervalos propostos no livro, porque acreditámos que os mesmos eram razoáveis para ela perceber que nós estávamos ali com ela, a apoiá-la na sua nova missão, que era conseguir adormecer sozinha.
Se o método implicasse, logo à partida, deixá-la chorar sem parar (horas sem fim!) sem nunca lá ir confortá-la, dizer "estamos aqui e estamos contigo nisto", nunca na vida o teríamos implementado. Nem tão pouco, se ao fim de uma semana não registássemos qualquer evolução, teríamos continuado.
A verdade é que o (livro do) Dr. Estivill nos conseguiu convencer que, desta forma, estávamos a ajudar a amadurecer o sistema nervoso central da M. e a sua noção de objecto interno, ou seja, que mesmo quando não estávamos ali, nós não deixávamos de existir e de fazer parte da vida dela.
E a verdade é que, em momento nenhum, ela se mostrou revoltada connosco. Pelo contrário, continuava a brindar-nos com o sorriso mais lindo do mundo de manhã quando acordava. E continuou a ser uma bebé doce, calma e bem disposta.
No entanto, posso dizer-vos que também acredito que isto não serve a todos os bebés, como tudo na vida.



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